fbpx
Início » CROSSLINKING EM CÓRNEAS ULTRAFINAS, POR EMÍLIO TORRES
Artigos

CROSSLINKING EM CÓRNEAS ULTRAFINAS, POR EMÍLIO TORRES

Introduzido na prática clínica em 2003, o crosslinking da córnea (CXL) é uma modalidade de tratamento que endurece biomecanicamente a córnea e pode deter a progressão de ectasias como ceratocone, ectasia pós-operatória e degeneração marginal pelúcida. O protocolo original (Protocolo de Dresden) conseguiu tal efeito através do seguinte processo: debridamento do epitélio da córnea, aplicação de riboflavina ao estroma corneano exposto para saturá-lo completamente, seguida de irradiação ultravioleta (UV) a 365 nm2.

A energia UV é absorvida pela riboflavina, o que resulta em uma reação fotoquímica que gera espécies reduzidas de riboflavina e espécies reativas de oxigênio (ROS). Estas moléculas fotoativadas causam a formação de ligações covalentes entre as fibras de colágeno e os proteoglicanos da matriz extracelular.

À medida que o procedimento progride, a riboflavina é “consumida” pela luz. Quanto mais longo o procedimento (ou maior a intensidade da luz), mais riboflavina é consumida, e mais profundo o efeito da reação na córnea. É aqui que a riboflavina tem outra função: proteger as camadas mais profundas da córnea (em particular, o endotélio corneano) dos danos induzidos pelos raios UV e da apoptose.

Córneas finas e ultrafinas (< 250 μm de estroma) com ceratocone foram no passado um sério problema no que se refere ao tratamento. O protocolo clássico de Dresden estabelece um limite de espessura do estroma de 400 μm para proteger as células endoteliais de córneas subjacentes – aproximadamente os primeiros 330 μm da córnea seriam tratados durante o crosslinking, deixando 70 μm abaixo disso como uma margem de segurança.

Portanto, torna-se fácil fazer o crosslinking de um ceratocone em estágio inicial com uma espessura maior que 400 μm. Mas o que fazer diante de um caso avançado, em que a espessura do estroma é de apenas 250 μm?

 

Clique aqui para ler o artigo na íntegra

 

Autor e Editor da seção

EMILIO A. TORRES- NETTO
Doutor em Oftalmologia e Ciências Visuais pela EPM-Unifesp e doutorando pela Université de Genève (Suíça). Especialista em Córnea, Catarata e Cirurgia Refrativa. Formação pela Stanford University School of Medicine (EUA), Irmandade Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, Escola Paulista de Medicina, Unifesp, Fondation Ophtalmologique Adolphe de Rothschild (França), ELZA Institute (Suíça), UniversitätsSpital Zürich e Universität Zürich (Suíça).


Coautor

FARHAD HAFEZI
Professor da Universidade de Genebra, Suíça. Diretor médico do Instituto ELZA, Dietikon/Zurique, Suíça. Professor clínico de Oftalmologia na Escola de Medicina de Keck, Universidade do Sul da Califórnia, Los Angeles. Líder do grupo de pesquisa no Centro de Biotecnologia Aplicada e Medicina Molecular, Universidade de Zurique, Suíça. Professor visitante da Universidade Médica de Wenzhou, China.