A leitura de evidências científicas publicadas em periódicos é a mais confiável forma de atualização médica, porém, essa importante ferramenta de aprimoramento profissional exige capacitação crítico-interpretativa do leitor, não só para identificar possíveis notícias falsas, mas também para quantificar o real valor prático da informação divulgada.
O Código de Ética Médica considera como falha profissional a não utilização da melhor tecnologia disponível, naquele momento, para um tratamento. Ou seja, em última análise, se um tratamento clínico ou cirúrgico não for bem-sucedido (conceito muito subjetivo) e ficar caracterizado que caso houvesse sido aplicado outro recurso, mais moderno ou mais seguro, provavelmente o resultado teria sido melhor, pode ficar inferido o erro médico, com suas consequências éticas e legais.
Mas qual critério o juiz de direito ou o advogado do cliente ou até mesmo o médico perito judicial utilizam para definir qual tecnologia seria a mais segura? A resposta está no conhecimento acumulado por meio de evidências científicas publicadas na literatura.
É nesse momento que, principalmente, profissionais formadores de opiniões, em geral ligados a universidades ou a sociedades de especialidades, precisam ter cuidado e atenção ao interpretar o real valor clínico das evidências científicas, a fim de definir adequadamente o “padrão ouro” das condutas em medicina. Pois, em geral, os consensos por eles estabelecidos poderão ser utilizados a favor ou contra médicos e pacientes.
Confira os principais equívocos de interpretação na matéria completa (edição 177).