Atualmente, a cirurgia de catarata possui padrões de exigência semelhantes aos encontrados em pacientes de cirurgia refrativa que possuem uma alta expectativa em relação à independência de óculos e boa qualidade visual para todas as distâncias. Somando-se a isso, os pacientes portadores de catarata estão sendo operados cada vez mais cedo, uma vez que são extremamente ativos, seja no âmbito profissional e/ou pessoal, não tolerando, por vezes, ter acuidade visual minimamente reduzida e/ou disfotopsias (ofuscamento, halos, “starburst”).
Sendo assim, estamos diante de um cenário de alta demanda, no qual a técnica cirúrgica é tão importante quanto o cálculo biométrico e a escolha do modelo de lente intraocular (LIO) a ser implantada.
OPÇÕES DISPONÍVEIS PARA PRESBIOPIA PSEUDOFÁCICA
Existem, atualmente, um número enorme de possibilidades para correção da presbiopia pseudofácica. Dentre elas, podemos citar as lentes de profundidade de foco estendido (EDOF), bifocais, trifocais e as monofocais no padrão de monovisão. Essas ainda podem estar associadas ou não à toricidade quando necessário (Figura 1).
PERSONALIZAÇÃO DO TRATAMENTO PARA CADA PACIENTE
Em um cenário com tantas opções, temos que criar critérios para nos direcionar e assim indicar a LIO mais apropriada aos nossos pacientes. Esses critérios podem ser divididos em objetivos e subjetivos. Os critérios objetivos são as informações que temos do olho propriamente ditas, como opacidade de córnea, maculopatia, astigmatismo. Esses critérios são independentes do desejo do paciente. Por sua vez, os critérios subjetivos referem-se aos desejos do paciente, extraídos de uma boa anamnese para entender seu dia a dia, suas expectativas, bem como suas características físicas (longilíneo, brevelíneo) e psicológicas (tolerância a disfotopsias).
Uma vez manifestada a intenção de corrigir a presbiopia pseudofácica, cabe ao cirurgião expor todas as possibilidades existentes e ratificar que não existe uma LIO perfeita. Sendo assim, o sucesso do procedimento está em escolher um opção cujas desvantagens sejam bem toleradas.
A – PACIENTES SEM CIRURGIA PRÉVIA
Nestes casos, a minha tendência é optar pela lente intraocular (LIO) de foco estendido, ou extended depth of focus (EDOF), mesmo ciente de sua limitação para perto. Porém, a excelente visão proporcionada por este tipo de LIO para longe e para distância intermediária (até cerca de 40 cm) geralmente já deixará o paciente bem satisfeito. Para o planejamento do segundo olho, mantemos a mesma plataforma, caso a satisfação para perto já tenha sido obtida.
Caso contrário, podemos sugerir o implante de LIO com outra plataforma, como por exemplo uma LIO bifocal (+4.0 Add) aproximando o foco para perto e proporcionando ao paciente uma boa independência de óculos.
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