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ACURÁCIA DAS FÓRMULAS BIOMÉTRICAS X LIOS TÓRICAS, POR GABRIEL BONDAR

O uso de lentes intraoculares tóricas tem se demonstrado uma prática consolidada na Oftalmologia. O manejo de astigmatismo com esta abordagem, no entanto, é influenciado por uma série de fatores pré-operatórios, intraoperatórios e pós-operatórios, agregando complexidade à boa prática. Portanto, é esperado que este assunto gere incertezas àqueles que não o desbravam no dia a dia. Esta revisão destina-se a analisar a acurácia das fórmulas biométricas para lentes intraoculares tóricas, bem como estudar a influência do astigmatismo corneano posterior no cálculo biométrico para tais LIOs.

EFEITO DO ASTIGMATISMO RESIDUAL APÓS CIRURGIA DE CATARATA

A relevância de pensarmos em corrigir astigmatismo em cirurgia de catarata é facilmente identificada quando avaliamos o efeito do astigmatismo residual refracional no pós-operatório.

Astigmatismo residual pode limitar o desempenho visual e satisfação de pacientes submetidos à cirurgia de catarata. Schallhorn e colaboradores estudaram o efeito de astigmatismo residual após cirurgia de catarata em 34.891 olhos, baseando-se na consulta de três meses de pós-operatório. De maneira a tentar isolar o efeito do astigmatismo residual, analisaram 1.463 olhos que obtiveram equivalente esférico próximo de plano (Figura 1).

Notamos no gráfico que, à medida que o astigmatismo residual refracional aumenta, menores são as porcentagens de pacientes que atingem AVsc para distância de pelo menos 20/20. Neste estudo, a partir de 1 dioptria de cilindro residual, 50% dos pacientes atingem o 20/20, mesmo com equivalente esférico de zero (isto é, analisando-se pacientes com refração de +0,50 DE x -1,00 DC). Também foram calculados Odds Ratios para não atingir 20/20 de AVsc monocular, estabelecendo-se 0,00 DC como 1.0 de OR (Tabela 1).

Observa-se que há menores chances de atingir AVsc a distância de pelo menos 20/20 à medida que aumenta o astigmatismo residual, particularmente quando esse encontra-se ≥ 0,75 DC (OR de ~6,0 com 0,75 DC- 1,00 DC de astigmatismo residual).

 

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Autores

GABRIEL BONDAR
Médico pela UFRGS. Oftalmologista pela Santa Casa de Porto Alegre. Especialista em Catarata e Cirurgia Refrativa pela Unifesp. Fellow of the International Council of Ophthalmology (FICO).

 

RACHEL GOMES
Oftalmologista especialista em cirurgia de catarata e óptica cirúrgica. Doutorado em Oftalmologia pela Unifesp. Pós-doutorado pela TUFTS New England Eye Center, Boston. Diretora de Catarata da ABCCR/ BRASCRS e editora associada da revista Oftalmologia em Foco.