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ALTA MIOPIA E CIRURGIA REFRATIVA, POR ÂNGELA NOSÉ

Apesar da diversidade de opções disponíveis para correção da alta miopia, escolher o tratamento cirúrgico ideal pode ser um desafio para o cirurgião oftalmologista. É essencial selecionar corretamente a técnica mais apropriada e segura para cada paciente. Pessoas com alta miopia que têm baixa qualidade de visão com óculos ou são intolerantes ao uso de lentes de contato hoje contam com diferentes modalidades de tratamento cirúrgico para atingir a emetropia.

A alta miopia, definida como equivalente esférico maior que – 6 D ou comprimento axial ≥ 26,5 mm, é considerada uma importante causa de cegueira social e pode trazer prejuízo à qualidade de vida, além de ter significativo impacto socioeconômico.

Estima-se que a alta miopia afete 2% da população, e que sofrerá um aumento de prevalência globalmente, atingindo 9,8% da população mundial – aproximadamente um bilhão de pessoas – até 2050, aumentando também as complicações associadas a ela.

O prejuízo visual causado pela alta miopia pode se tornar um fardo na vida das pessoas. Em estudo que avaliou a qualidade de vida de pacientes alto míopes, a baixa visual foi responsável por redução da autoestima e os efeitos psicológicos causados pela alta miopia foram potencializados por fatores cosméticos – devido a óculos confeccionados com lentes grossas – e por fatores financeiros, devido ao alto custo das lentes corretivas.

Sendo assim, é importante oferecer opções apropriadas para correção cirúrgica do erro refrativo, sempre levando em consideração o maior risco desses pacientes desenvolverem complicações como degeneração macular miópica, descolamento de retina, catarata e glaucoma de ângulo aberto, podendo levar ao dano visual irreversível.

As principais cirurgias para miopia envolvem o remodelamento da córnea através da fotoablação, como ceratectomia fotorrefrativa (PRK), laser in situ keratomileusis (LASIK) ou com a técnica Small Incision Lenticule Extraction (SMILE). No Brasil, a cirurgia ceratorrefrativa com Excimer Laser (LASIK/PRK) está aprovada para correção de miopia de até -10 dioptrias (D). Lentes intraoculares (LIO) fácicas são uma alternativa interessante para casos em que a cirurgia corneana não é recomendada, além de oferecer uma opção de tratamento para ametropias maiores que -10 D. Quando há indicação de cirurgia de catarata, o alto míope pode se beneficiar do resultado final.

AVALIAÇÃO DA RETINA NO PRÉ-OPERATÓRIO

Lesões degenerativas da retina periférica, como lattice, snail track, roturas e buracos de retina, retinosquise degenerativa e tufos císticos de retina, são comuns em graus elevados de miopia e podem levar ao descolamento regmatogênico de retina (DRR). O descolamento do vítreo posterior também é mais comum em míopes e pode ocorrer mais precocemente.

 

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Autores

ÂNGELA BOCHEESE NOSÉ
Médica oftalmologista, fellowship de retina e vítreo da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.

 

RICARDO NOSÉ
Fellowship em córnea, catarata e cirurgia refrativa pelo Massachussets Eye and Ear Infirmary, Harvard Medical School, Boston. Fellowship em córnea pelo New England Eye Center, Tufts School of Medicine, Boston. Especialista em doenças externas e córnea pela Unifesp/EPM. Assistente na Eye Clinic, São Paulo.

 

Editores

Editor da seção
RICHARD YUDI HIDA
Grupo de estudo em superfície ocular – Universidade de São Paulo (USP). Óptica cirúrgica – Departamento de Oftalmologia – Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Presidente da Sociedade Brasileira de Laser e Cirurgia Oftálmica (BLOSS), gestão 2020.

 

Coeditor

DAVI CHEN WU
Médico assistente do setor de Retina e Vítreo da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.