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Avaliação pré-operatória do paciente com catarata, por Arthur Cummings

É dito que a satisfação do paciente = expectativas – resultados. Para ilustrar essa afirmação em termos simples, se um paciente espera um resultado de 120%, mas recebe 100%, ele fica insatisfeito. E, inversamente, se um paciente espera 90% e obtém 95%, ele fica extremamente satisfeito. Portanto, é muito claro que esse tópico tem muito a ver com definir as expectativas do paciente e, em seguida, superá-las sempre que possível.

Há outro elemento dessa transação que complica ainda mais as coisas, e é por isso que a cirurgia de catarata refrativa é tão diferente da cirurgia de catarata regular. Deixe-me tentar explicar isso usando a teoria do economista comportamental vencedor do Prêmio Nobel, Daniel Kahneman, sobre “aversão à perda”. Kahneman mostrou que as pessoas temem mais a perda do que apreciam o ganho em todos os aspectos da vida. Portanto, a operação de catarata de rotina, coberta pelo seguro, é simplesmente um caso de restaurar a perda causada pela catarata. O procedimento é de rotina e, portanto, goza de uma reputação invejável.

A cirurgia refrativa de catarata, ou seja, o pro- cesso de remoção da catarata com a melhora simultânea da visão não corrigida, muitas vezes para longe e perto, é um desafio muito maior. Por quê? Existem duas razões: a primeira é o desafio técnico de alcançar a emetropia com o mínimo de astigmatismo residual e uma superfície ocular imaculada. A segunda está relacionada aos custos diretos: como o paciente deve pagar todos os custos ou pelo menos os custos da LIO premium, suas expectativas em relação ao procedimento tornam-se muito maiores. Portanto, para ser claro, trata-se de uma tarefa difícil para o cirurgião de catarata.

Quais são os aspectos que devem ser considerados para alcançar excelentes resultados?

1. Bom entendimento das expectativas. O parágrafo inicial explica porque isso é tão importante e será elucidado com mais detalhes posteriormente no texto.

2. Fatores que ajudam a alcançar a emetropia:
a. Bom filme lacrimal;
b. Córnea com boas qualidades ópticas e com poucas aberrações de alta ordem;
c. Retina saudável, especifica- mente a mácula;
d. Consciência do estado do vítreo;
e. Imagens com boa qualidade e biometria;
f. Escolher o poder da LIO de maneira acurada para atingir o alvo refracional;
g. Escolher a lente adequada para o estilo de vida do paciente. Isso inclui emetropia mais óculos para perto, monovisão ou visão combinada, lente de foco extendido (EDOF), trifocal, e outras LIOs para reduzir dependência de óculos no pós- operatório.

3. Como fazer o paciente entender melhor as opções:

Autor:
Arthur Cummings

Wellington Eye Clinic, Dublin,

 


Editora:
Rachel Gomes

Oftalmologista especialista
em cirurgia de catarata e óptica cirúrgica. Doutorado em
Oftalmologia pela Unifesp. Pós-doutorado pela TUFTS
New England Eye Center, Boston. Diretora de Catarata
da ABCCR/BRASCRS e editora associada da revista Oftalmologia em Foco.


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