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SELANTE BIOLÓGICO NA CIRURGIA DE PTERÍGIO, POR FERNANDO NAVES

Pterígio é definido com uma proliferação fibrovascular anômala proveniente da conjuntiva bulbar sobre o limbo e a córnea, com etiopatogenia incerta.

Algumas causas são exposição à radiação ultravioleta, microtraumatismos e inflamações crônicas. Sua incidência pode variar de 4% a 11% da população. Em pterígios primários, o tratamento de escolha é o transplante autólogo de conjuntiva com uso de selante de fibrina. Essa técnica permite a diminuição do tempo cirúrgico e do desconforto após a cirurgia, além de apresentar recidiva menor. Citaremos aqui algumas dicas importantes para o uso de colas biológicas nesta cirurgia.

O que devemos saber sobre o selante de fibrina?

1) É formada por dois componentes derivados do plasma humano proveniente de doadores:

  • Solução de concentrado de proteínas plas- máticas contendo fibrinogênio, fibronectina, fator XIII e fator de von Wilebrand.
  • Solução de trombina contendo cálcio.

2) Ao serem aplicadas à superfície tecidual, as duas soluções misturam-se e, após aproximadamente 60 segundos, reproduzem os estádios finais da cascata de coagulação, formando uma camada fina de fibrina, sendo essa absorvida em poucos dias e, então, substituída por colágeno cicatricial.

3) Após o preparo do selante sugerimos as seguintes dicas:

  1. Armazenamento e reconstituição
    Sugerimos utilizar seringas separadas para cada componente, e se possível agulhas de insulina ao invés das cânulas dos produtos. Assim, temos maior controle da aplicação da cola. Cuidado no momento de aplicar a cola. Sugerimos também que puxe o embolo para evitar pressão excessiva, e apenas algumas gotas são suficientes.

4) Técnicas de adesão do enxerto: deslizamento ou tombamento

Sugerimos pinças mais delicadas neste passo:

4.1) Tombamento (Figura acima)

  • Deixamos a face estromal do enxerto para cima e a face epitelial para baixo.
  • O limbo do enxerto fica próximo ao limbo do leito escleral, colocando um componente no leito estromal do enxerto e outro no leito escleral.
  • Rebatemos a face estromal para baixo, deixando em contato com o leito escleral, com face epitelial para cima, assim, a cola começa a fazer efeito quando os dois componentes entram em contato. Cuidado com o movimento de mãos, o mesmo não pode ser muito amplo (alto), senão, o enxerto pode dobrar.

 

Clique aqui para ler o artigo na íntegra

 

Autores

FERNANDO EIJI SAKASSEGAWA NAVES
Membro do Grupo de Estudos em Superfície Ocular do Hospital das Clínicas da USP.

 

BRENDA BIAGIO CHIACCHIO
Membro do Grupo de Estudos em Superfície Ocular do Hospital das Clínicas da USP.

 

BERNARDO KAPLAN MOSCOVICI
Especialista em córnea pela Santa Casa de SP; em superfície ocular pela USP, e em cirurgia refrativa pela Unifesp. Colaborador dos setores de Óptica Cirúrgica, na Unifesp, e Cirurgia Refrativa, na Santa Casa de SP.

 

Editor da seção

RICHARD YUDI HIDA
Grupo de estudo em superfície ocular – Universidade de São Paulo (USP). Óptica cirúrgica – Departamento de Oftalmologia – Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Presidente da Sociedade Brasileira de Laser e Cirurgia Oftálmica (BLOSS), gestão 2020.