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“Small can be beautiful”, por Ike Ahmed e Ticiana Francesco

Uma das cirurgias mais desafiadoras para o cirurgião de segmento anterior é a extração de catarata em olhos pequenos. Nem todos os olhos pequenos são os mesmos, e há uma grande heterogeneidade na definição de seu espectro clínico.1,2 Day e col. definiram microftalmo como olhos com um diâmetro ântero-posterior (DAP) menor do que 21,0 mm (dois desvios padrão abaixo do valor médio) e são divididos em microftalmo simples e complexo.3-6 O último é acompanhada por outras malformações oculares, como coloboma, disgenesia do segmento anterior, anomalias nas lentes e anomalias do segmento posterior.7

Nanoftalmo é uma condição rara definida como olhos com DAP menor do que 20,0 mm (três desvios padrão abaixo do valor médio) associados a um segmento anterior pequeno e uma coroide/esclera espessada, com propensão para efusão uveal.8-11 Um erro refrativo hipermetrópico alto é uma característica invariável, desde a esfera de + 8,00D até +25,00 ou maior.12

Microftalmo anterior relativo (MAR) é um olho com um comprimento axial médio, mas com uma câmara anterior desproporcionalmente menor, definida como um olho com DAP > 20,5 mm, diâmetro horizontal da córnea (DHC) menor do que 11 mm e profundidade da câmara anterior (ACD) igual ou inferior13, 14  a 2,2 mm (Figura 1). Essa condição é frequentemente subdiagnosticada antes da cirurgia de catarata devido ao seu DAP normal, levando a uma dificuldade inesperada durante a cirurgia.

Microftalmo posterior é descrito como um subtipo de microftalmo, no qual o comprimento axial é encurtado apenas no segmento posterior. Nesta condição, o segmento anterior do olho tem uma profundidade e configuração do ângulo normal.7

Altas taxas de complicações perioperatórias graves são relatadas ao realizar a cirurgia nestes olhos pequenos, como descompensação da córnea, irite, glaucoma por fechamento angular, efusão uveal, descolamento de retina, edema macular cistoide (EMC) e hemorragias de coroide e vítrea.15-18

Este artigo está disponível na íntegra e no idioma original (inglês) na edição 186 da revista Oftalmologia em Foco.

Figura 1 – Fotografia de um paciente de 50 anos com microftalmia anterior relativa. O diâmetro da córnea é de 10,5 mm, a profundidade da câmera anterior é 1,5 mm, espessura da lente é de 4,7 mm e o comprimento axial é de 20,8 mm.

Autores

TICIANA DE FRANCESCO

Fellowship em Glaucoma e Cirurgia de Segmento Anterior Avançada pela Universi- dade de Toronto. Bolsista em Glaucoma pela Universidade de Campinas (Unicamp). Curso de especialização em Oftalmologia pela Fundação de Olhos Leiria de Andrade (FLA).

Ike Ahmed
Professor assistente, Universidade de Toronto. Professor
clínico, Universidade de Utah. Diretor, bolsa de Glaucoma e Cirurgia Avançada do Segmento Anterior (GAASS),
Universidade de Toronto. Diretor de Pesquisa, Kensington Eye Institute, University of Toronto. Chefe de divisão, Oftalmologia, Trillium Health Partners, Mississauga, ON. Diretor médico, Prism Eye Institute. Codiretor médico, TLC Oakvillle.


Editora da seção e editora-chefe da Oftalmologia em Foco
Mestrado pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL).
Doutorado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Coordenadora do Curso de Especialização em
Oftalmologia da Fundação Altino Ventura (FAV). Coordenadora do Departamento de Catarata da FAV.