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UM CLÁSSICO CASO DE SÍNDROME DE BROWN MCLEAN, POR GUIDO AQUINO JÚNIOR

A Síndrome de Brown McLean

(SBM) é uma condição oftalmológica em que se observa clinicamente edema corneano periférico após longo período de afacia. Tal edema inicia-se após um período de latência de vários anos posterior à extração do cristalino, principalmente nos casos de cirurgia intracapsular ou extracapsular. Comumente, é um edema epitelial e estromal com extensão até o limbo corneoescleral, sem neovascularização, sinéquias anteriores ou reação de câmara associadas. Tipicamente, afeta dois a três milímetros da córnea periférica, iniciando-se inferiormente e seguindo em direção aos quadrantes lateral e medial, em casos mais avançados. Pelo fato de poupar a região superior e o local das incisões de facectomia, apresenta uma configuração peculiar, em forma de ferradura. Além disso, é possível observar depósitos de pigmentos marrom-alaranjados no endotélio da periferia corneana afetada. O exame de gonioscopia geralmente evidencia ângulo aberto.

Embora incomum, essa síndrome pode acometer olhos que não passaram por cirurgia ocular, especialmente quando há associação com reabsorção espontânea do cristalino e iridodonese, subluxação do cristalino, fechamento angular intermitente, ceratocone, distrofia miotônica, alta miopia e uveíte crônica.

Anteriormente, a fisiopatologia da doença era entendida como sendo resultante apenas da disfunção endotelial periférica que ocorria pela transmissão iriana da pressão gerada pela movimentação ocular. Entretanto, hoje, hipotetiza-se que existam outros fatores, além da disfunção endotelial, tendo em vista que, em alguns casos, observa-se a preservação do endotélio pela microscopia confocal, em que tanto a área afetada quanto a região central apresentam contagem e morfologia dentro dos padrões de normalidade.

No entanto, nos casos mais clássicos, em que há iridotomia associada, corrobora-se a validade do mecanismo de lesão endotelial pela íris, já que, em olhos sem iridotomia, o edema forma um anel completo na periferia corneana enquanto que, na região com ausência de tecido iriano, não há lesão corneana, mesmo em estágios avançados, como mostraremos no caso a seguir.

 

Clique aqui para ler o artigo na íntegra

 

Autores 

GUIDO AQUINO JUNIOR
Chefe do Setor de Catarata do Hospital Cema. Oftalmologista com fellow em catarata e refrativa.

 

ALLINE CARVALHO DE SOUZA
Fellow em Neuroftalmologia pela Unifesp. MBA Executivo de Gestão de Clínicas, Hospitais e Indústrias da Saúde pela FGV. Pós-graduação em Fronteiras da Neurociência pelo Hospital Albert Einstein.

 

JOÃO PEDRO CANTÚSIO TEIXEIRA LEITE
Médico pela Universidade Nove de Julho. Oftalmologista pelo Instituto CEMA.

 

NATÁLIA TAKEDA DE LIRA
Oftalmologista do Hospital CEMA. Cursando Fellowship em Oncologia e Úvea pela Unifesp.