fbpx
Início » NEOPLASIA ESCAMOSA DA SUPERFÍCIE OCULAR: FIM DA ERA CIRÚRGICA? POR SERGIO FELBERG
Notícias

NEOPLASIA ESCAMOSA DA SUPERFÍCIE OCULAR: FIM DA ERA CIRÚRGICA? POR SERGIO FELBERG

A neoplasia escamosa da superfície ocular compreende um espectro variado de tumores, desde as displasias intraepiteliais até o carcinoma espinocelular invasivo. Trata-se da neoplasia não pigmentada mais frequente da superfície ocular e pode apresentar aspecto anatômico bastante variado. As lesões podem ser sésseis ou pediculadas, ter aspecto gelatinoso, papilomatoso, nodular ou de leucoplaca. Podem ter bordas e limites bem nítidos ou ainda distribuição difusa, com margens imprecisas.

Tradicionalmente, o tratamento considerado padrão-ouro para o tratamento dessas lesões sempre foi a exérese completa da lesão (biópsia excisional), com margens de segurança, seguida do tratamento das margens com crioterapia. No entanto, nos últimos anos, o tratamento das neoplasias escamosas realizado por meio da quimioterapia tópica tem ganhado popularidade entre os oncologistas oculares e especialistas em segmento anterior. Essa modalidade, realizada por meio de colírios, tem o objetivo de promover a quimioredução da lesão, seja objetivando a realização posterior de uma cirurgia de menor proporção, seja promovendo a remissão completa da lesão. Estudos recentes têm demonstrado que a quimioterapia tópica pode ser bas- tante eficaz para promover a quimiorredução de determinados tumores, associada a bons níveis de segurança.

Quando comparados isoladamente, ambos os métodos, cirurgia e tratamento clínico, apresentam vantagens e desvantagens. A cirurgia pode ser considerada o procedimento ideal para lesões de margens bem definidas e não muito extensas. Nesses casos, além de proporcionar uma solução mais rápida, permite o estudo minucioso da peça anatômica removida. Trata-se, portanto, de procedimento terapêutico e, ao mesmo tempo, diagnóstico, uma vez que o estudo histopatológico poderá confirmar a natureza da neoplasia e fornecer informações sobre o estudo das margens da lesão: se livres ou comprometidas pelo tumor

Porém, é possível que o ato operatório, mesmo com todos os cuidados necessários resguardados, seja responsável por disseminar o tumor pela superfície ocular. Além disso, numa biópsia excisional, resíduos microscópicos do tumor, não visíveis a olho nu, poderão permanecer na superfície ocular, sendo responsáveis pela possível recidiva da lesão. Outras complicações das biópsias excisionais extensas são a possibilidade de formação de simbléfaro, diplopia, granulomas, deficiência de limbo, comprometimento escleral, infecção, dentre outras.

Leia a matéria na íntegra clicando aqui.

Autor

sergio felberg

SERGIO FELBERG
Doutorado em Ciências pela Unifesp. Chefe do Setor de Córnea e Doenças Externas da Santa Casa de São Paulo. Professor do setor de Cór- nea do Hospital do Servidor Público do Estado de São Paulo (Iamspe).