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Ceratoplastia Lamelar Intraestromal, por Leonardo Gontijo (Filho)

A degeneração marginal pelúcia é uma doença ectásica rara, bilateral, caracterizada por afinamento estromal progressivo em forma de crescente inferior (geralmente entre 4 horas e 8 horas). Várias modalidades cirúrgicas têm sido sugeridas para pacientes que não conseguem alcançar uma acuidade visual corrigida aceitável ou que não toleram uso de lente de contato.
O implante de segmento de anel intraestromal inferior é uma boa opção, mas é limitado naqueles casos mais avançados, restando opções mais invasivas e desafiadoras. O desafio dos transplantes penetrantes (PK) ou lamelares anteriores profundos (DALK) para estes pacientes com DMP avançada é justamente o afinamento na região de trepanação, que prejudica a coaptação de bordas e gera instabilidade visual pela ectasia precoce da interface doador/receptor.

Isso faz com que o cirurgião empregue técnicas diferentes como uso de botão doador de diâmetro demasiadamente grande; trepanação descentrada inferiormente; ceratoplastia lamelar em ”Tuck-in” inferior, dentre outras dezenas de técnicas já descritas. Cada um desses procedimentos traz consigo limitações e riscos, como aumento da chance de rejeição, glaucoma e vascularização pela proximidade do limbo.

O tratamento preferível em casos extremos tem sido o reforço corneano da região fra- gilizada utilizando a ceratoplastia lamelar crescente periférica (PLCK), seguida de um PK centralizado tradicional. Alguns defendem a realização dos dois procedimentos simultaneamente, mas isso é tecnicamente desafiador e com resultado visual imprevisível.

O PLCK é uma técnica bem conhecida na qual uma lamela doadora é confeccionada no tamanho e espessura desejada, e suturada na região afinada da córnea receptora previamente preparada. É uma cirurgia longa, exaustiva e demanda muita destreza ao trabalhar o leito receptor, afim de evitar os frequentes problemas com a coaptação de bordas, tais como defeitos epiteliais, dellen, frouxidão de pontos, melting do doador, infecção e etc. Trata-se de uma técnica com desfechos muito variáveis, pós-operatório desconfortável e exige muitas consultas para reavaliação.

REFORÇO LAMELAR – ILK

O ILK consiste na confecção de um pocket estromal corneano por uma incisão pequena e periférica, seguido da inserção de uma lamela de córnea doadora com a espessura desejada. Tal técnica dispensa a fixação por suturas e, consequentemente, reduz muito a taxa de complicações pós-operatórias. A técnica foi descrita em 2015, mas sugerimos algumas modificações que podem facilitar o procedimento.

 

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Autor

LEONARDO COELHO GONTIJO
Oftalmologista pela Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte. Corneólogo pelo Banco de olhos de Sorocaba. Preceptor da Santa Casa de BH e do Instituto de Olhos Ciências Médicas. O autor não tem interesse financeiro no material apresentado.