Síndrome de erosão corneana recorrente (SECR) é um transtorno bastante comum que os oftalmologistas frequentemente encontram em suas práticas clínicas diárias. Geralmente inicia-se por volta dos 30-40 anos de idade e há uma maior prevalência em pacientes com síndrome do olho seco, diabetes mellitus, blefarite e rosácea ocular. A história ocular pregressa pode não ter nenhum incidente importante, porém, fatores de risco adicionais incluem trauma ocular, como abrasão anterior da córnea com uma unha (45-64% dos casos), cirurgia ocular, distrofias epiteliais da córnea (19-29% dos casos) e distrofias estromais, como as de Reis Buckler, Thiel-Behnke, lattice, distrofias granulares e maculares. Os pacientes normalmente apresentam dor ao despertar, lacrimejamento, fotofobia, hiperemia ocular e baixa visual. Os sintomas podem ocorrer em qualquer momento após um evento desencadeante, se houver um.
Diagnóstico
O diagnóstico envolve o exame na lâmpada de fenda com iluminação direta para identificar irregularidades no epitélio corneano, pequenos cistos, defeitos epiteliais, padrões de “linhas de mapas” ou padrões de “impressões digitais”, ou interrupção do filme lacrimal. Pode haver cicatrizes onde episódios anteriores repetidos tenham ocorrido. Os pacientes também podem ser avaliados na lâmpada de fenda para SECR subclínico usando um cotonete ou esponja de celulose em áreas de epitélio frouxo para determinar se essas áreas se soltam facilmente, confirmando o diagnóstico. Quando a distrofia da membrana basal anterior está presente, os testes com fluoresceína podem revelar interrupção do filme lacrimal nas áreas que têm elevações e irregularidades epiteliais. Modalidades de testes diagnósticos, incluindo microscopia confocal e tomografia de coerência óptica, também já foram utilizadas se o diagnóstico parecer incerto.
Autoras:
KANIKA AGARWAL
Massachusetts Eye and Ear Infirmary Boston, Massachu- setts, EUA.
ELIZABETH YEU
Virginia Eye Consultants Nor- folk, Virginia, EUA.
Editora da seção e editora-chefe da Oftalmologia em Foco
BRUNA VENTURA
Mestrado pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL). Doutorado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Coordenadora do Curso de Especialização em Oftalmologia da Fundação Altino Ventura (FAV). Coordenadora do Departamento de Catarata da FAV.
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